domingo, 2 de setembro de 2007

Portugal, Galiza

PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE?

I
QUEM QUER SUBJUGAR QUEM?

  • Historicamente Portugal nunca quis anexar a Galiza. Alguns, exilados da realidade, lutam pela junção da Galiza, com o Norte de Portugal, como sendo vontade dos galegos. Quantos? Quem? Que jurisdição?Não entendi! O equívoco é grave.
  • Sob uma bandeira de paz (ou de guerra), o que se quer é integrarNorte de Portugal  à Galiza, sob a bandeira da Espanha, e não o inverso. Onde estão nossos estrategistas? E os entreguistas?! Querem fatiar Portugal?! Não esqueçam do Conde Andeiro... Atenção, atenção: conspiração à vista! Ou não é conspiração?!
            Os espanhóis já são proprietários  de parte  dos meios de comunicação em Portugal, para interferir  da opinião popular. Tem até um canal de TV!

Leio, em alguns espaços lusófonos, que alguns, na Galiza, insistem em aderir à Lusofonia. Objetivo: abrir, para a Galiza e para a Espanha, os mercados lusófonos-CPLP?
Alguém esqueceu que Galiza “é” Espanha?! Não sabem que o ensino de Português  é proibido em muitos lugares da Galiza? Deixemos a Galiza resolver  os problemas da Galiza. Têm voz livre  para interferir  na opinião popular, isto é legal?!
É preciso respeitar a Galiza e respeitar a Espanha. Sobretudo respeitar Portugal, não o metendo em conturbações inúteis? Só um romântico seria capaz de acreditar que a Espanha abençoaria esta união tramada. Quantos querem a integração?! Que integração?
Sob capa de simpatia, reintegração e amores impossível, vem a mão do gato, invadindo nossos mercados e nossos espaços. Invadindo, descaradamente, nossa auto-determinação. Será que estou entendendo?
Põem o bode e a vaca na casa, como quer a fábula, para depois aclamar o salvador que tirou os incômodos?

De preferência, na manha, querem surrupiar-nos um pedaço de chão?! Inacreditável... Alguém vai para o escanteio... Quem será? Quem gramará o opróbrio da nação? Os quinta coluna estão em ação?!
Isto não é mais secreto, não. A conspiração está nas ruas, pouco camuflada... Só os frouxos se calam, omissos... O Governo Português ajoelha-se frente à Espanha(?!). “Espanha/Espanha/Espanha” é o brado “exaltado do atual governo”. São meninos medrosos, frágeis. É a galinha no colo da raposa à que foi pedir proteção...
Vê-se que a mão, pouco oculta, da Espanha já “decide” no Portugal do PS (?!).
O inimigo histórico, que sempre respeitamos, e que sempre quis armar-nos ciladas, “senta-se” ao lado no nosso governante?! Quem pode calar-se?! Ninguém reage?!
Isto não é uma aspiração do povo português. É sim, uma artinha de alguns que se julgam  a “voz” da nação... (mas que voz?!)
Quem são os espanholistas? Que mostrem  o seu rosto.
            Será que ainda vale o que disse Pessoa:
 “ó Portugal, és hoje nevoeiro!”
Voltemos à Galiza.

Observação: o presente ensaio contém algumas Ideias que precisam ser verificadas. Baseio-me em artigos e notícias veiculados em veículos sérios. A quem puder  fazer chegar achegas a esta matéria, seja para corrigi-la  seja para contestá-la com razões, de antemão agradecemos. O assunto é grave e precisa  ser levado a sério. Se necessário o texto será corrigido...
Sinceramente gostaria que pudessem provar que estou equivocado.


PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE

II
UMA FÁBULA PARADIGMÁTICA

É preciso mirar-se na Fábula de La Fontaine – O Corvo, a Raposa e o Queijo. Moral da história: Os bajuladores vivem à custa dos que os escutam. Entenda quem lê. Ou perdemos o senso?!

Na história da Raposa e o Corvo, a raposa é a Galiza/Espanha (?!) e o Corvo parece ser Portugal que perderá o Queijo, se aceitar o desafio da raposa e soltar a voz “maviosa”... Quem está perdendo o senso?!

A  posição de Portugal, como Corvo de La Fontaine, é nova na história do país e produz constrangimentos. Onde estão nossos velhos estrategistas? Sabem quanto sangue custou preservar este pedaço de terra que mudou a história do mundo? Sabem o preço de nossa soberania e de nossa liberdade? Quem não sabe é porque é alienígena. Muitos foram desertores. Fugiram de seus compromissos com a pátria. Têm compromisso com quem?! Precisam retribuir algo a seus “protetores cúmplices"?! Há conspiradores no arraial?!

Nada contra a Galiza, que  sempre respeitou Portugal.  A Língua Portuguesa vem de um tronco histórico comum: o Galaico-português. São nossos parentes linguísticos.

Nesta história de irmãos linguísticos, Portugal levou a melhor parte, ao ficar independente. Então se agigantou. A Galiza ficou sob o tacão de Castela... Alguém está agora, de bandeja, querendo colocar Portugal sob o tacão de “Castela”?!

PORTUGAL, GALIZA  E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE

III
ASTÚCIAS DE UMA ARMAÇÃO

  • ARMAÇÃO - uma das mais astuciosas armações que se tramam hoje no mundo latino parece ser a troca de amabilidades e promessas entre a Galiza e o Norte de Portugal. Mais profissionalismo, gente. Lembram-se do Cavalo de Tróia, recheado de prendas? E que prendas!...

  • Então a Espanha, por artimanha, usa também a Galiza para ir “invadindo” Portugal, com promessas falaciosas?! Em conversa fiada, só os palermas acreditam. Os palermas ou os traidores?! Quem levará as vantagens? E as desvantagens? Qual o papel do Partido Popular da Galiza, nessa tramóia toda.
       Espanta saber que um alto percentual dos portugueses deixou-se seduzir?! No passado, os povos “primitivos” deixavam-se seduzir por bugigangas...
            Hoje há forças de sedução alojadas na alma do país, nos meios de comunicação. É sabido que os principais acionistas da TVI e a sua administração são espanhóis, sentados na nossa sala, manipulando notícias e interesses. Como um país sério admite tal situação? Que portugalidade difundem os espanhóis na TVI Portuguesa? Que afronta?! Isto não é democracia; é tirania.

  • O que a Espanha não conseguiu, em 850 anos, pelas armas: (dominar Portugal e a Lusofonia), pensa agora consegui-lo com protocolos e promessas astuciosas. Quantos, do governo, estão nessa?! Confunde-se tolerância com subserviência de otários?! Há quem defenda o golpe abertamente e “democraticamente”. Que desplante!! Os espanhóis são até proprietários de uma rede de TV!! Em Lisboa!!! O que aí se articula. Que ingerência tem nos destinos do país?...
  • Os conceitos de tolerância, solidariedade e diálogo, se têm mão única de direção, seguem no caminho da tirania. Solidariedade e tolerância não é questão de otários, mas de gente consciente, responsável e astuta se precisar. Guerra não se recebe com flores... Há violência camuflada que precisa ser desmascarada e respondida à altura.
  • Haverá quem acredite na adesão/anexação da Galiza a Portugal?! Inacreditável! Cabe aos Galegos decidir pela Galiza, mas não pela Espanha.
Respeitemos a auto-determinação da Galiza. Não querer submeter, nem submeter-se, é a única resposta.

  • No seu consciente e no seu subconsciente, a Espanha sonha com a anexação de Portugal.  A Espanha sempre quis anexar aos seus feitos as glórias de Portugal. Já se passaram 800 anos, e nada mudou. Portugal é um povo que preza a própria terra e preza a liberdade.
Será que algo está mudando? Os portugueses mudaram?! Afrouxaram nos últimos 35 anos?! Estará narcotizado por amores escusos, com velhas raposas?!

Não vale a pena perder tempo com questões impossíveis. A quem interessa interferir na auto-determinação da Galiza? Cada um cuide do seu torrão natal! Defenda-o. Ponto.

 PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE

IV
RESPEITO A AUTO DETERMINAÇÃO DOS POVOS
Galiza: Nem submetê-la nem submeter-se.

O “reintegracionismo” Portugal - Galiza é uma balela: um novo Cavalo de Tróia à Lusofonia. É um sonho insólito, que a Espanha jamais admitirá, a não ser como parte verbal de intenções manhosas... Este é um sonho inútil e extemporâneo.

O “reintegracionismo”?! Nem em sonhos. É pura artimanha bem conhecida. Vamos deixar de sonhar, como os otários, seduzidos como o macho da libélula! Isto é canhão sem pólvora!

Por Tratados, bem claros, a Espanha comprometeu-se a devolver partes do território de Portugal que nos usurpou. Quando os devolverá?! Quem acredita em palavras, de quem não cumprem tratados assinados?

Por outro lado, Portugal não tem direito de pretender que seja leal o discurso de adesão da Galiza à Lusofonia. É pura estratégia de mercado.

A adesão da Galiza ao mundo lusófono seria bem-vinda, se acertada em termos claros, leais e mútuos. Mas o que é lealdade?! Quais os interesses em jogo.

Sem dúvida, a Galiza é território lusófono, naturalmente. O problema é questão política.

Tudo balelas e discurso para boi dormir. A Galiza não quer ser Portugal?! Ou quer antes que Portugal seja Galiza = Espanha?! É jogo de 850 anos.

Alguém está fazendo o jogo com cartas mascaradas.

Não é sem razões políticas que os espanhóis consideram o galego como dialeto do castelhano. Cientificamente o galego é, sim, um dialeto do Português, o que ainda é impreciso, dado que o galego e o português estão no mesmo tronco, como variantes: são duas faces da mesma língua: poderíamos dizer: o “Português da Galiza”.

Alguém já ligou o pisca-alerta?! Ninguém escutou?! Os conspiradores desligaram o alarme?!

Ao ler certas manifestações sobre este assunto, sinto apreensão pela falta de visão estratégica e da falta de realismo político. Parecem textos de povos primitivos ...

PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE

V
PORTUGAL, GALIZA E ESPANHA
Uma Tática Geopolítica

Portugal ainda não percebeu as táticas geopolíticas da Espanha, em relação à Portugal? Vejam que não são novas. Apenas mudou de estratégia.

Alguém está querendo vender a soberania de Portugal e de seu povo, por um prato de “lentilhas” frias, cozidas na véspera? Os “agentes duplos” de Sun Tsu estão ativos, com grandes planos.

Espanta um fato recente: o Protocolo assinado entre a Galiza e o Norte de Portugal. É algo muito estranho e até inacreditável. O povo não foi chamado a opinar. É que o povo...ora, o povo! Tudo se resolve em conchavos de cúpula

Certamente o referido acordo, tal qual está, é inconstitucional. É de pasmar. Quem neste caso é o otário? É incrível!  A Assembléia da República não reage? Afinal, a quem interessa tal situação?

Os galegos/espanhóis nesta questão, dizem uma coisa e pensam outra. Dizem o que os Portugueses querem ouvir e fazem/tramam o que sempre quiseram. Só é enganado quem quer ser enganado.
Quem são os “agentes duplos”? E os lobistas? Estão a serviço de quem? Quem são os conspiradores?

Há no âmbito das atuais conversações e compromissos, uma irresponsabilidade latente....
Os espanholistas festejam. Os galegos/espanhóis jogam melhor que os portugueses?
Há, certamente, muitos galegos amigos, sinceros, leais. No entanto, muitos estão fazendo o jogo a Espanha contra Portugal.  
Outros estão sozinhos, enfrentando um poder que segue outro rumo.

O reintegracionismos linguístico não pode ser usado como Cavalo de Tróia.

Reitero: Há efetivamente, um movimento sincero, lógico e leal para “reunir”  Galiza a Portugal, na lusofonia. Aliás, é reunir a Galiza a todo o mundo da lusofonia.
Mas boas intenções não bastam. Quantas legiões tem a lusofonia na Galiza? Para que tanta algazarra?
 Acaso há algum impedimento à mútua cooperação cultural de Portugal e Galiza?!

Deixemos os galegos buscarem o que é melhor para os galegos, sem ingerência em sua auto-determinação, desde que não intervenham em nossa auto-determinação. (Entendâmo-nos: para nós, galegos são galegos e castelhanos são castelhanos.)
Os galegos são suficientemente lúcidos, para saberem decidir o próprio destino, diante dos laços que os unem à Espanha e outros, (mais profundos?!), que os unem à Lusofonia.

Em seu inconsciente e no seu subconsciente coletivo, a Espanha sonha em tirar a auto-determinação de Portugal, há 800 anos.? Sim ou não?!
Portugal segue seu rumo, livre e independente. Nada mudou. Nada mudará?! Depende de você.


PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE


VI
CONSPIRAÇÃO EM CURSO?

Sejamos sinceros leais e lúcidos: Na Galiza sempre esvoaçará a bandeira da Espanha, a não ser que as forças políticas mudem. Numa Galiza soberana é outro diálogo...

Em Portugal, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, sempre esvoaçara a bandeira de Portugal. Os integracionistas de lá ou de cá não passarão.
Ninguém avançará as fronteiras da Espanha , nem as de Portugal; mesmo que o velho sonho do nosso vizinho, não tenha limites, nem mesmo éticos. Não passarão!

Os traidores, nesta terra, sempre levaram o troco (mas às custas de muitas vidas). Os Conde Andeiro e os M. de Vasconcelos estão de plantão, conspirando?!

Toda essa azáfama em torno do reintegracionismo  regional, com promessas de grandes vantagens econômicas,  para muitos não passa de uma armadilha para minar a portugalidade e dividir a opinião dos portugueses. É o novo “Tratado de Methuen” (27.12.1703), quando os ingleses “compraram” a opinião pública do Norte, com “vantagens”  que retardaram o desenvolvimento tecnológico e social de Portugal, por mais de 200 anos.

Vamos manter relações fraternais, em todos os níveis, com a Espanha. Mas sem permitir um arranhão sequer na soberania da nação. A liberdade de um povo não tem preço.
Já toca o alarme amarelo! Atenção!

PORTUGAL, GALIZA E A LUSOFONIA
A SOBERANIA EM XEQUE


VII
FEDERAÇÃO CULTURAL DOS PAÍSES IBÉRICOS

Poderíamos ser a favor de uma Federação dos Povos Ibéricos, (incluindo baseos, catalãos, galegos, etc, etc.), de nível cultural, mas arquitetada em moldes aceitáveis, com reais vantagens para todos, com igualdade e sem tiranias implícitas ou camufladas. Com todas as salvaguardas. Seríamos então uma potência cultural descomunal. Mas isto é outro assunto, ainda mais complexo e polêmico.

Portugal um ícone mundial

PORTUGAL, UM ÍCONE MUNDIAL
UM PAÍS DE MISSÃO
JJorge Peralta

PLANO DO TEXTO

I – Portugal, Uno e Diverso
II – Paradigmas de um Povo Predestinado?
III – Sete  Ícones Mundiais
IV – Criadores e Intérpretes da Alma Lusa
V – A Missão de uma Nação
VI – Alma e Missão de um Povo
VII – Destino Traçado da Lusofonia
VIII – Um Paradigma da Diáspora
________________________________________


PORTUGAL, UM ÍCONE MUNDIAL
UM PAÍS DE MISSÃO
JJorge Peralta

I
PORTUGAL, UNO E DIVERSO

1. Vivemos numa época, onde as pessoas desdenham de valores, consagrados pelo tempo, como essenciais ao convívio e à convivência e ao desenvolvimento social.
valores imateriais que fazem parte dos elementos universais da humanidade, como parte de um pensar coletivo.
Alguns, atendendo a um modismo contestador, intolerante e unilateral, simplesmente excluem tais conceitos de suas cogitações.
Tal atitude faz parte de um certo espírito iconoclasta  que domina alguns.  Não sendo contestados, pensam que todos acreditam como eles. Ninguém gosta de ser incomodado.

Aqui dissertamos sobre espaços e lugares que têm alguns elementos de sacralidade ancestral, reconhecidos internacionalmente. São espaços que, até hoje, têm algo que atrai inúmeros turistas “devotos”, todos os anos e o ano inteiro. Muita gente não quer  morrer antes de visitar alguns desses lugares.
Há um certo carisma, um certo misticismo humanista que atrai as pessoas, para a dimensão imaterial de certas realidades.
Esclareço que esta é a minha apreensão. Outros têm outras ideias. Não gosto de incomodar ninguém. Escrevo porque sei que estou muito bem acompanhado.
Em Portugal, como no Brasil, há diversas editoras sérias publicando obras na linha de reflexão

2. Aqui destaco Portugal, como um desses lugares, cheio de apelos imateriais, às vezes místicos, que muita gente do mundo vem visitar, com o coração a palpitar de certa emoção.
Enfim, Este é o país, cujos ancestrais realizaram a maior epopéia da história, por todo o globo, no tempo dos Descobrimentos. Por toda a parte deixaram marcas como rastos inapagáveis. Os olhos do  mundo olham este país com certa veneração cujo sentido e valor nós vamos perdendo...
Esta outra dimensão do país, que se sente, no espírito que revitaliza a nação, passa longe dos políticos de plantão, que governam o País. Ainda bem. O assunto passa além de questões políticas de ontem ou de hoje. Faz parte da constituição e da alma da nação.
Não existe um Portugal, deste ou daquele partido; um Portugal da direita, do Centro, da Esquerda ou dos independentes.
Portugal é um só complexo de valores.
Existe apenas um Portugal que é de todos.
É até um patrimônio imaterial da humanidade.
Mas nem todos conseguem ver ou sentir o que há, além dos elementos visíveis, numa apreensão trivial.
Portugal, para além da sua materialidade e de seus progressos ou
retrocessos, atrai as pessoas, pelos valores que dele se propagam, e nos seduzem e encantam, como paradigmas de  uma humanidade melhor. Visita Portugal faz bem; revitaliza o coração e a mente.
Encontrei-me ocasionalmente, em Lisboa, com um casal do leste Europeu, que mal falava português.  Visita Portugal todos os anos, apenas para olhar, ouvir e vivenciar a vida do povo que passa e as coisas da terra. E se sentia bem.

            Ao redigir este texto, sinto-me um pouco como Vasco da Gama, que, ao ser interpelado pelo monstrengo Adamastor, revelou-se:
Aqui ao leme, sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu”. (F. Pessoa)
Sinto-me entrando, na alma e no coração da nação, num espaço acessível a poucos, numa dimensão imaterial, mas não menos real.

Meus amigos, na vida, cada um escolhe o lado em que quer se alistar.
Eu sou um crítico áspero, às vezes, sempre baseado em princípios. Mas detenho-me nas soluções. Tenho por inclinação, buscar o lado melhor das coisas, para consolidar o bem-estar geral.    
            Faço política, mas a política da nação e da humanidade, independente dos políticos de plantão no palácio dos governos.
Penso apartidariamente. Debato princípios norteadores da ação.

II
PARADIGMAS DE UM POVO PREDESTINADO?

3. Neste universo multidimensional, às vezes me pergunto: Por que Portugal? Qual o sentido de um carinho tão privilegiado, que muitos têm por este país, no contexto de nosso universo complexo, global e plural?

Como muita gente culta, pelo mundo afora, em todos os tempos, vejo e sempre vi, em Portugal, um espaço muito especial; um espaço que tem carisma, tem uma atração mística, quase espiritual. Muita gente assim sente e pensa.
Para além do que nossos fracos sentidos captam, há uma outra realidade que os olhos “profanos” não conseguem ver.
Vale a frase de Saint Exupéry:
O essencial é invisível aos olhos”.

Eu sinto, canto, cultivo e difundo, em espaços adequados, o Portugal que Camões cantou, que Vieira exaltou e nele profetizou e que Fernando Pessoa amou e propagou. E também o  Portugal de Teixeira de Pascoaes, Agostinho da Silva, Jaime Cortesão, Antero de Quental e outros mais.

4. A relação de muitos, com Portugal, é mais mística do que geográfica. A base territorial é um ponto de referência. Portugal existe, tanto no continente europeu, como nas ilhas e na diáspora. É um país Uno e múltiplo.
Pela sua atuação na história, Portugal sente-se um povo de missão: um povo predestinado, como o povo de Israel.

Essa mítica de povo predestinado, talhado para uma grande missão, foi lhe atribuída desde a fundação da nação, há 850 anos.
Este país é um espaço que tem vida e energia, que escapam ao comum dos mortais. Escapam aos que vivem envoltos e absortos, num cotidiano trivial, sem ir às raízes das forças que presidem a vida e a harmonização universal.

Nem todos sabem sentir a alma, o espírito e o sentido da vida e da nação.
Não conhecem as forças motriciais que tudo movem, para além do espaço geográfico.
Quem vive só do pão, fruto do trigo, que verdeja em nossos campos, quem vive só para comer e ter sucesso, já foi observado e fotografado por Fernando Pessoa:
“Sem a loucura o que é o homem,
mais que a besta sadia,
cadáver adiado que procria?”

            Portugal é impregnado de uma espiritualidade própria que foge um pouco dos padrões habituais. É uma espiritualidade comprometida com a humanidade.

5. Muitas vezes,enquanto penso, neste país vem-me um sentimento paradoxal: penso que seria mais estimulante não ter nascido português. Mas por quê?!
            Sim, já sei. Se não tivesse nascido português, admiraria Portugal pelo que ele é, em si, sem levar em conta o que ele é, em mim. Olharia o pai como um estrangeiro, que de repente, descobre um manancial muito especial
            Talvez o admiraria mais. Talvez me sentisse mais livre. Mas eu sou um homem livre, nos parâmetros em que a liberdade existe para os humanos.
Ser português é um modo de ver e viver, de pensar e sentir as coisas; um modo de ser e de estar no mundo. É o modo pelo qual a mente e o coração humano articulam seu diálogo permanente, consigo mesmo e com o mundo.
Ser português é compartilhar conhecimentos, sentimentos e compromissos com esta terra, com esta gente e com sua história e sua cultura: seu passado, seu presente e seu futuro. É semear sementes espirituais em campos férteis. É olhar, juntos, para o futuro, cuidando, com esmero, do presente.
Ser português é pensar no outro, ser solidário e pensar no mundo todo como uma família universal. É sentir-se como tendo compromisso com um povo de missão para difundir a fraternidade. É dispor-se a descobrir novos mundos, no âmago das coisas e das pessoas.
Ainda bem que a perspectiva espiritualista, ainda que não vinculada a uma religião específica, está na ordem do dia.
Numa sociedade utilitária e consumista, este é um passo privilegiado, num mundo que se renova.

III
SETE ÍCONES MUNDIAIS


6. Nosso mundo, há muitos séculos, tem alguns ícones geniais que desfrutam de um privilégio de amor e carinho quase universal.
            Nos seus 850 anos de História, Portugal manteve um lugar de destaque no contexto da humanidade. É um dos sete (07) espaços mais sagrados do Planeta Terra.

            Dos sete lugares mais sagrados do globo destacamos:
            1) Jerusalém e toda a Terra Santa, espaço dos grandes profetas e berço das três grandes religiões monoteístas: berço do Cristianismo, do judaísmo e do Islamismo.
            Terra de Moisés, de Davi e de Cristo: o Mundo Bíblico.
            2) Roma, a imperial e trágica Roma, a capital do Mundo e a capital do Cristianismo.
            3) Meca, o pólo central do Islã.
            4) Rio Ganges. O rio sagrado do hinduísmo
            5) Grécia/Atenas, com seu Panteon, celebrando todos os deuses, incluindo o Deus desconhecido, numa perspectiva conciliatória e sem preconceitos.
            6) Portugal – Terra gerida, no seu nascedouro, por Templários que quiseram irradiar pelo mundo a mensagem da fraternidade universal. Uma terra de missão. Este é o país que descobriu dois terços do nosso mundo na incrível epopéia dos descobrimentos.
            7) Santiago de Compostela, palco de grandes peregrinações que cortaram toda a Europa e deram nome à Via Láctea – a Estrada de Santiago, riscada nos céus.
             
            Realço esses sete ícones sagrados universais.
Há outros pelo mundo a fora. Estes têm, em mim, um sentido especial.
Todos os países têm seus espaços sagrados que dão alento à nação
Estou bem acompanhado nesta minha seleção natural.
Portugal e Grécia são os únicos países modernos que gozam de tão alto privilégio.
Vou mais longe: Grécia, Roma,  Jerusalém e Portugal são superpotências morais e imateriais da humanidade.
Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Rússia são superpotências políticas.
IV
CRIADORES E INTÉRPRETES DA ALMA LUSA

7. Às vezes as pessoas entram em crise de identidade. Querem desvendar mistérios. Querem saber mais, ir mais fundo. Captar o sentido da vida e do mundo.
Sou cidadão do mundo, com todas as suas complexidades, pluralidades e paradoxias.
Mas o que eu queria saber é por que tantos têm um carinho especial por “esse pedaço de terra”, na parte mais ocidental da Europa, de frente para o mar... aclamado como “Jardim da Europa”.

Repito que gostaria de não ter nascido neste país, para não o amar por obrigação, mas por devoção, por conhecimento e amplitude de visão e para poder dar um testemunho por vivência e convicção.
Por outro lado, acho isto uma sem-razão, pois não somos nós que escolhemos nosso lugar, para nascer.
Nascer em certos lugares é mais que uma eventualidade, é uma missão.

8. Por que este país merece tanto respeito, carinho e amor, de tanta gente de destaque e de visão, do mundo inteiro, há tantos séculos?  Abra os ouvidos e escute; abra os olhos e leia, solte a língua e fale.
·        Por que Camões produziu essa prodigiosa obra: “Os Lusíadas”, cantando o País e sua Gente, seus Feitos e o seu Futuro? Só um grande país poderia despertar tão grande amor, num mortal genial:
Para tão grande amor tão curta a vida

            No final do Poema, Camões celebra a tarefa, preocupado, dando a missão por cumprida:
Não mais musa, não mais,
que a lira tenho destemperada
e a voz enrouquecida

·        Por que Vieira produziu alguns de seus Sermões monumentais, para exaltar o seu país, se no próprio país recebeu tantos revezes? Por que colou, à imagem de Portugal, o mito fantástico do V Império, como a missão matricial de seu país?
O português tem Portugal para nascer
E o mundo inteiro para viver

·        Por que Fernando Pessoa dedicou poemas e meditações tão profundas e monumentais ao seu País, elevando-o aos píncaros das estrelas?

 A Europa (...)
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal”

Pessoa dá-nos também o lado trágico do País, ao glorificá-lo:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal ”
É o próprio Pessoa que nos revela as dimensões da “Pátria”, nos quatro cantos do mundo:
Nossa Pátria é a Língua Portuguesa

            Afirmo, com lealdade: não me consta que Camões, Vieira e Pessoa sejam pessoas sentimentais, de parco conhecimento e deficitária inteligência.     
            Mas porque não ouvir também as lições de Teixeira de Pacoaes, de Agostinho da Silva, e de tantos mais?

V
A MISSÃO DE UMA NAÇÃO

           
            9. Portugal é um País de grandes, claros e transcendentais objetivos a cumprir. Quaisquer que sejam os inquilinos do poder, dignos ou indignos cidadãos, o país segue seu rumo.
            É um país que tem, no seu psiquismo mais profundo, o sentido de uma grande missão no contexto da Humanidade e da História. É um País de MISSÃO.
            É um país de visão e alma universalista.

            Portugal é quase um lugar sagrado, pela reserva moral que guarda, em sua história e em sua gente. Um dos espaços de tradição milenar do país é Sagres, situado no Promotorium Sacrum.

            Portugal foi um país talhado pelos Cruzados, esses cavaleiros idealistas, com a luz de um Evangelho autêntico no coração, lutando pela fraternidade universal, sem fronteiras. A nação guarda o sentido do V Império, a Era do Espírito Santo, o estágio mais evoluído e mais fraternal da civilização, que um dia será implantado.
            É um País de testemunho. Vê-se que, nos altos e baixos de sua história, vai sendo traçada  uma grande diretriz.
            Diz, faz e fez.

            Descobriu novos mundos, na maior epopéia humana, de todos os tempos.
            O mar que a todos separava, tornou-se o grande laço de união de todos os Continentes, pela ação deste povo destemido e ousado.
            Precisamos ter claro o que nos ensina  nossa história: nossas forças são muito superiores às nossas fraquezas      
           
            10. Foram os portugueses que completaram a unificação do planeta, descobrindo os dois Continentes que faltavam, por desconhecimento: A América e a Oceania.
            Foi sua obra também a primeira viagem de circunavegação. Levaram, por todo o globo, os grandes valores da nossa civilização: a civilização ocidental cristã. Portugal agiu como um missionário.

            Na grande Marcha da Confraternização Universal, Portugal saiu na frente. Foi Porta Bandeira da Unificação Global.

            Vivemos para construir um futuro melhor e não para chorar o mal feito e estacionar inertes no passado.
            No passado estão as raízes das forças matriciais que nos impelem para frente e não nos deixam ficar parados... É que o barco foi construído para navegar e não para ficar estacionado no cais...

            11. Os grandes navegadores e colonizadores levaram também, por inevitável, contra-valores: a ganância, a inveja e a corrupção, que sempre acompanharam os humanos, nas mais nobres ações. Disso Portugal também foi sempre vítima inevitável.
            Crápulas, invejosos, raivosos, maus caráter, embrulhões, exploradores de pessoas de boa fé, sempre vicejam, em todas as comunidades humanas.
Que a terra lhes seja leve”, diria Machado de Assis, complacente.
            Enfim, nos momentos mais trágicos, nunca deixou de  sobressair a Missão do País.
            Escutemos Fernando Pessoa:
Nem rei nem lei, nem paz, nem guerra
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer
            Antes de prosseguir a leitura, pare e releia este fragmento de Pessoa...

            É sabido que a cidade grande e o poder podem robotizar as pessoas, que se tornam uma coluna, no livro de Contabilidade.
            É preciso saber retornar às origens para recuperar a solidariedade.
  


VI
ALMA E MISSÃO DE UM POVO
           
            12. Os Três maiores ícones do País, Camões, Vieira e Pessoa, souberam vislumbrar entre brumas, a grande missão de Portugal.
            Portugal, todo o País de Norte a Sul, é obra e projeto dos Templários, sediados no convento e Castelo de Tomar.
            Daí se irradiou por todo o país e se lançando aos sete mares, nas caravelas descobridoras, no hábito da Ordem de Cristo.

            Portugal foi terra de bravos guerreiros e de dedicados colonizadores.
            Foi e é a Terra de El Rei D. Diniz e do Mestre de Avis e de muitos outros gestores, sábios e santos, que deixaram o mundo melhor e o povo mais soberano e mais feliz.
            É a Terra de Cabral, de Vieira, de Camões e de Pessoa e de tantos imortais, que da lei da morte se libertaram.
            Portugal é um manancial ancestral e contemporâneo de atrações geográficas, históricas e imateriais.
            Portugal do Tejo, do Mondego e do Douro; Portugal de Lisboa, Coimbra e Porto; do Alentejo, do Algarve, do Minho, de Trás-os-Montes e das Beiras; dos Açores, Madeira e de toda a Diáspora, principalmente do Brasil, sem os outros esquecer.
            Portugal é um país contagiante, por seus valores e por sua atuação e presença histórica mundial.

            Portugal, além de ser todo ele um espaço, com certa mística, como uma outra terra da promissão, tem dentro de si alguns lugares a destacar, por especial irradiação de energias telúricas e espirituais. Cito apenas alguns:
            O Convento de Cristo e a Igreja Nossa Senhora da Oliveira, em Tomar; Braga; Porto (Ponte das Barcas) ; Sagres; Alcobaça; Fátima; Alenquer; Évora; Torre de Belém – Lisboa; Castelo de São Jorge - na Mouraria – Lisboa; Ruínas da Capela do Convento do Carmo – Lisboa, no Bairro Alto; a Basílica de Santo Antônio, berço do santo, ao lado da Sé, em Lisboa; Igreja de São Domingos – Lisboa (lembra a triste Inquisição).

            13. Por toda a parte, moureja, de sol a sol, um povo bonito, multirracial e multiétnico.
            Um povo cordial, ousado e hospitaleiro, criativo e colonizador. Ganha o pão com o suor de seu rosto e ainda tem tempo para sonhar e amar.

            Uma grande caldeirão de povos, deu, como resultante, um grande povo.
            Corre misturado e bem assimilado, nas veias dos portugueses, não uniformemente, o sangue Celta, Ibero, Visigodo, Lusitano, Judeu, Grego, Romano, Berbere, Árabe  e outros mais. Portugal é uma síntese genial, bem articulada de povos e culturas.

            É honroso poder dizer, de coração: nasci neste pedaço honrado de chão. Quem aqui nasceu tem cidadania global, se tem nas veias o sangue ancestral dos desbravadores dos oceanos e dos continentes.
            Aqueles que só vêem negatividade, eu digo, como R. Tagore:
Se choras por teres perdido o sol,
As lágrimas não te deixarão ver as estrelas”.
           
            14. O Português foi talhado, através dos milênios, ao som dos tambores de infinitas guerras de ocupação do território, com o embate de múltiplas culturas, que foram sendo assimiladas em nova e criadora síntese. Foi um longo e duro aprendizado.
            Esta condição deu, como resultado um povo aguerrido, cordial, rude e ousado, de profundos sentimentos de religiosidade e hospitalidade.

            Este povo, segundo as mais autorizadas convicções fundadoras, foi talhado para cumprir uma grande missão na humanidade; uma imensa reserva moral que está gravada no inconsciente e subconsciente coletivo da nação. Os apressados dizem que isto é só parolice sem razão. Pois que digam. De tanto dizer, talvez mudem de idéia.
            Para estes, o único bem que lhes basta é o pão na mesa e mais nada. Alguém disse que “nem só de pão vivem as pessoas”. Rasgamos esta página do Evangelho?!

            O povo caracteriza-se por uma atitude paradoxal, entre alegre e triste, consequências dos sucessos, das lutas inglórias e dos filhos que perdeu, pelos quatro cantos do mundo e nas águas de todos os Oceanos. É o povo da saudade... Sempre. É um povo que canta a vida.
            Portugal é um país sofredor, e só os sofredores sabem cantar... e celebrar.

            Por toda a parte os açoreanos desfraldam a Bandeira do Divino: uma bandeira de igualdade, de fraternidade e de solidariedade. É a missão a continuar.

VII
DESTINO TRAÇADO À LUSOFONIA


            15. O bem e o mal vivem, lado a lado, por toda a parte, em todos os países. No País, muitos vivem metidos, num caos de corrupção e de falcatruas. Não sabem qual a sua própria missão; nem sei se sabem que têm uma missão. Vivem num turbilhão...
            Buscam bens para si e comprometem a autossustentação da nação.
“Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.”(F. Pessoa)
           
            Se Diógenes fosse a alguns espaços de políticos, quantos Homens encontraria, com seu lampião aceso?!
            São momentos de dúvidas; horas de virada. É o dinamismo da vida.          
            Mas o destino de Portugal, está traçado, para ser, junto com o Brasil, e com todos os povos lusófonos, uma luz que aponta novos rumos, à Nova Era, que parece alvorecer no horizonte.
            Do caos há de nascer nova luz.

            Concluo com dois pensamentos de Fernando Pessoa, como programa:
·        “Fazer tudo para criar uma Pátria Portuguesa, criadora de civilização
·        “Considerar que o conceito de Pátria é um conceito puramente místico, e que, portanto, nenhum elemento de interesse deve estar nele.”

VIII
UM PARADIGMA NA DIÁSPORA

16. Dos Portugueses, que emigraram para o Brasil, a maioria  aqui
se radica e por aqui fica, como no seu próprio chão. Noutros lugares pelos quatro cantos do mundo, não é diferente.
Vivem no Brasil, totalmente integrados, pessoal e profissionalmente.
Aqui falam a mesma língua de sua terra, e a terra de adoção, como sua consideram. Seu povo é também este povo. São construtores de civilização.
 São plenamente brasileiros, sem deixarem de ser plenamente portugueses. (Com as exceções costumeiras, é claro)

Em Portugal têm suas raízes. Para esta terra se transplantam.
Dão sua contribuição efetiva ao desenvolvimento deste país, como se no seu estivessem..
Suas novas famílias, aqui implantadas e radicadas, cumprem a missão que de Portugal herdaram: Ajudar este país a ser um grande país, cívica e espiritualmente, com desenvolvimento científico, tecnológico, social e humano.
            Militam algumas dezenas de anos, nas mais diferentes profissões, com atitudes de soma e multiplicação, enquanto as forças físicas o permitem. Não se acomodam.
Contribuem para deixar, no Brasil, um povo mais amante de sua terra, mais competente e mais solidário.

O português por toda a parte, aonde quer que vá, aí se radica e adapta, como se daí fosse originário. Vivencia a lição, que herdou, de seus ancestrais explícita nesta recomendação de nossas mães:

 À terra aonde fores ter, faz como vires fazer”
            Seu vinho, seu azeite e seu bacalhau é prato de dia de festa, para rememorar seu torrão natal.
À sua terra natal, sempre estará ligado, pelo cordão umbilical, imaterial, que se mantém, como uma aliança imortal. Esta é a força que às suas origens sempre o chama, sem da nova terra de adoção arredar pé.

17. Termino com dois textos de Fernando Pessoa, onde ele nos incita a ousar, a sair de nós e ir além:
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer da asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar”.

Diz-nos Pessoa que é sina do português e marca de coragem e ousadia ir para novas terras, formar novo lar.
Aqui, Pessoa nos convida à grandeza de coração e da mente: à plenitude:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago
A lua toda brilha, porque alta vive
Este poema merece ser colocado num quadro em letras garrafais.

Nota: Este estudo segue as coordenadas e a Carta de Princípios
do Movimento Pacto Lusófono Mundial – PLM. Em: