ACORDO ORTOGRÁFICO
UMA GRANDE CONQUISTA
I - QUEBRANDO O SILÊNCIO
1. Dentro de uma dinâmica e consistente política do idioma, O ACORDO ORTOGRÁFICO da Língua Portuguesa é uma grande conquista, um passo fundamental.
Não havia sentido no fato de o Brasil e Portugal andarem às turras, há quase 100 anos numa questão tão prática como a norma ortográfica. Não tem sentido, povos com a mesma língua, adotarem ortografias diferentes, dificultando a comunicação escrita e, sobretudo, criando entraves à sua missão de veículo de relações internacionais, onde a comunicação escrita é fundamental.
Num mundo da palavra escrita, é imprescindível a unidade ortográfica de cada língua.
2. Diante da celeuma levantada em Portugal, contra o ACORDO, alguns dos outros países lusófonos suspenderam a sua adesão ao mesmo. É preocupante. Alguém se compraz com a situação criada?
Preocupado com a veemência de alguns partidários da oposição à implantação do ACORDO, em Portugal, e seu reflexo em outros países lusófonos, no dia 13 do corrente mês, sentei-me no computador, liguei o meu Twitter, com a intenção de escrever duas ou três frases sobre a questão. A inspiração foi mais intensa do que planejei e redigi 44 (quarenta e quatro) proposições
(ver twitter.com/jjorgeperalta).
Considero que devemos respeitar as opiniões contrárias; temos também obrigação de expor a nossa opinião e fundamentá-la. Democracia é isso.
Neste caso, a omissão seria quase um crime contra a Língua e contra toda a Lusofonia. Achei que não poderia continuar em silêncio nesta peleja, onde relutei para entrar. Outros projetos são-me prioritários... Expressei então no Twitter algumas ideias, ao correr da pena...
Agora tirei as frases do “padrão twitter”, dei à sequência uma certa concatenação, ampliei algumas ideias e fiz delas um texto de opinião sobre o momentoso assunto. Talvez possa prestar serviço a alguém.
3. Como Linguista e Semioticista, tendo lecionado, por mais de 15 anos, na Universidade de São Paulo, a disciplina “Sociolingüística”, acredito que minha opinião pode ajudar as pessoas a se posicionarem mais conscientemente.
Vou me manifestar como quem cumpre uma obrigação. Vou dizer algo do que penso sobre o assunto. O leitor que faça o seu juízo, quanto à pertinência do meu posicionamento. Como disse, sou Professor da universidade de São Paulo, já aposentado, com Doutorado na Área de Linguística e Semiótica.
Esse é o trabalho que o leitor pode ler na postagem a seguir. Se tiver dúvidas manifeste-se. Dê a sua opinião, com liberdade e patriotismo.
Lembre-se: A Língua Portuguesa é a terceira língua mais falada da civilização ocidental. É um dos mais ricos tesouros que nos legaram os nossos antepassados. A língua portuguesa merece todo o nosso carinho e dedicação.
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II - UNIDADE NA DIVERSIDADE
1. O ACORDO ORTOGRÁFICO da Língua Portuguesa é uma grande conquista do mundo lusófono. A mobilização contra, que se articula em Portugal, causa ainda alguma apreensão. Não pela oposição mas pela fase do processo em que estamos. Superada a questão, todos se unem para colher melhores frutos. A oposição pode levar a uma solução irreversível e “trágica”...
Em vez de celebrarem a conquista de um Acordo Ortográfico comum que traz unidade, com respeito à diversidade, alguns portugueses ainda gritam contra.
É preciso que se diga, com todas as letras: o ACORDO é irreversível.
I-RRE-VER-SÍ-VEL. Todos sabem disso.
Não se acredita que os opositores de agora tenham mais sucesso do que umas cinco horas de fama. Se reclamam da poeira, é porque a caravana está prosseguindo...
2. A luta anti-Acordo é inconsistente, anti-lusófona ou denota desinformação. É anti-patriótico.
A quem interessa a Língua Portuguesa dividida e fragmentada? À Espanha?! Aos 8 povos lusófonos ou aos lusófonos pelos quatro cantos do mundo só traz prejuízo. Unidos seremos mais fortes do que separados. Lógico.
A Espanha, apesar de toda a imensa diversidade linguística, consegue manter a unidade ortográfica. Outras línguas também. Por que nós não conseguiríamos? Neste campo não temos nada para aprender com nossos vizinhos, mas vale o exemplo.
O assunto é sério. O ACORDO é uma conquista. Vamos lutar pela unidade de ortografia, na diversidade linguística. Isto é um fruto do Acordo.
ACORDO é consenso entre as partes interessadas. NO ACORDO ORTOGRÁFICO o debate é administrado e gerenciado pelas Academias dos países lusófonos, com assessoria de cientistas gabaritados. Depois é discutido politicamente nas Assembléias das Repúblicas. Finalmente é promulgado pelo presidente da República, em nome da nação. Assim foi no caso do ACORDO ORTOGRÁFICO.
3. Alguns, declaram que a nova ortografia destrói a Língua Portuguesa. Não sabem que Língua e ortografia são questões de diferentes dimensões. Língua é sistema cultural e ortografia é lei. O código linguístico é um e o da escrita é outro. A língua de um povo é um código que não está sujeito a reis, imperadores, presidentes e nem cientistas. O Acordo regulamenta apenas o código escrito.
Não precisamos pedir a Deus que salve a Língua Portuguesa. Ela está bem guardada na cultura coletiva da “Pátria Lusófona”.
3. CONSPIRAÇÃO OU DESINFORMAÇÃO
1. CONSPIRAÇÃO! É o único sentido que vejo na campanha que alguns fazem em Portugal, contra o Acordo Ortográfico. Em vez de aplaudir, alguns só resmungam e atacam.
É oposição extemporânea.
Certos portugueses portam-se como indignos descendentes dos descobridores que unificaram o mundo. Aqueles hoje perdem-se defendendo consoantes inúteis.
A língua falada já descartou, como inúteis, em certos contextos, algumas consoantes pelas quais alguns críticos se debatem e esgrimam.
2. São patéticos os argumentos contra a nova ortografia e descomplicação da escrita da Língua Portuguesa. Uma Língua Nacional é algo de alta complexidade, onde, até os especialistas, às vezes tropeçam. É que a Língua é algo vivo e vital, como a sociedade... Os cientistas a estudam e cultuam a língua, mas nada inventam.
Um certo conservadorismo vazio e infantil dá sustentação a alguns dos opositores do Acordo Ortográfico. Alguns pregam a desobediência civil.
O Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa, contra o Acordo Ortográfico, é uma peça lastimável e inconsequente.
Certa elite em vez de promover a sua língua, vilipendia-a. A nossa língua é um imenso patrimônio nacional a ser cultivado, preservado e enriquecido.
3. Ter uma ortografia única é essencial a uma língua que pretende ser, e é, internacional.
Não podemos ser indignos herdeiros de tal patrimônio.
A ortografia unificada facilita o ensino de nossa língua a pessoas de outros povos.
Combater o Acordo é uma reação de perdedores, talvez adeptos da teoria do “quanto pior, melhor”. A crítica vale apenas para alguns dos opositores. Dá impressão que alguns fazem o papel de agente duplo de que fala Sun Tsu.
Um certo político está obtendo notoriedade, combatendo uma questão já superada. Oportunismo de mau perdedor, ou bandeira eleitoreira?
Matéria que foi longamente debatida e votada, não se contesta. Foi promulgada. Não está mais em discussão. Poderemos, sim, apresentar sugestões para aperfeiçoá-la, em momento oportuno.
4. Partimos do princípio que não há ACORDO perfeito para as partes envolvidas. O acordo supõe concessões mútuas. Busca a maior eficiência possível. Ponto.
Em questão de Nova Ortografia, há gente que parece estar brincando. Não se brinca com assunto sério. Oposição séria respeita a especificidade do assunto em pauta.
Fazer política eleitoreira, combatendo um instrumento necessário ao futuro da nação é crime de lesa pátria. É mistificação.
A oposição ao Acordo já se configura como biombo para desviar a atenção das mazelas da política nacional.
4. UNIDADE ORTOGRÁFICA É ESSENCIAL À LUSOFONIA GLOBALIZADA
1. Ser contra, indiferente ou a favor é questão de liberdade de opinião, no âmbito do livre arbítrio, mas cada um é responsável pelas atitudes que toma, por suas consequências.
No entanto, questão democraticamente votada e promulgada deve ser respeitada. Democracia não se confunde com tirania, ao menos teoricamente. Está querendo se impor a tirania da minoria?!
O interesse nacional, portanto coletivo, deve estar acima de interesses particulares, individuais ou grupais.
Alguém está tentando conseguir notoriedade para alavancar campanha política, atacando uma grande causa – O ACORDO. É politiquice. Ou estou enganado?!
Atacar o Acordo Ortográfico é crime de lesa-pátria. A unificação ortográfica da Língua Portuguesa é essencial, nesta civilização globalizada.
A Unidade ortográfica dá novas dimensões ao mundo lusófono.
2. Alguns portugueses não têm direito de prejudicar seu país, com uma campanha nefasta contra a unificação ortográfica.
Devemos acrescentar que o Acordo Ortográfico é questão para cientistas da linguagem. Não é para leigos. Isto não impede que especialistas de todas as área e toda a população se manifeste. É, enfim, uma questão de honra nacional. Envolve todos os cidadãos responsáveis.
A “unificação” é uma grande conquista, há muitos anos reclamada pelas pessoas de mais consciência linguística e estratégica.
Seria atitude imperdoável e insana jogar fora uma oportunidade decisiva de busca da unidade, respeitando a variedade. Vamos fazer a história e não ser caudatários da história dos outros. É questão de princípio.
3. Portugal nunca teve vocação para ser tutelado por ninguém. Vale para Portugal o lema da cidade de São Paulo, dos Bandeirantes:
“Non ducor, duco”(não sou conduzido, conduzo).
Com todos os defeitos ou “defeitinhos”, reais ou fictícios, que alguns lhe apontam, declaramos com firmeza; “ruim com ele, pior sem ele”.
Lembrem-se a Língua Portuguesa ainda sangra pelos desacordos de 1943/45. Não queiram repetir o drama.
Por causa de algumas falhas inevitáveis, não podemos desmerecer o ganho real do Acordo. Ou alguém está querendo jogar fora as jóias, com a água turva que as lavou?!
O Acordo Ortográfico é uma peça do mais alto interesse nacional, que envolve, hoje, quase 300 milhões de pessoas, em oito nações lusófonas e nos quatro cantos do mundo.
Portugal pagará um alto preço social e político, caso tenha sucesso a campanha atual contra o que chamam desACORDO.
4. Tudo o que dissemos corresponde, mais ou menos, ao senso comum. Pouca gente discordará.
Combate ao Acordo é questão passageira, sazonal. Assim esperamos.
Parece que alguém quer a triste notoriedade de HERÓSTRATO (1), inviabilizando o Acordo Ortográfico. Triste figura! Querem incendiar o “Templo de Artemis”, para garantir a imortalidade, ainda que prejudicando a nação?! Pense nisso!
Há equívocos e falhas no novo Acordo Ortográfico? Certamente. Mas por causa do piolho não se abate a águia. Acordo é Acordo; Atende linhas antagônicas
Vamos propor correções, mas não desmerecer um trabalho que é sério, necessário e urgentíssimo. Diria: é um trabalho que merece respeito: é respeitável, como são respeitáveis seus articuladores.
Mas Não esqueçamos que são questões de base científica e não apenas questões políticas ou emocionais ou de fundo político partidário.
Pior da questão: consciente ou inconscientemente, alguns estão a enganar o povo, com argumentos preconceituosos e insólitos.
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7. Heróstrato em 353(a.C.) incendiou o templo de Ártemis, orgulho de Éfeso, que era uma das 7 maravilhas da Antiguidade, para se imortalizar. Fernando Pessoa tem um belo texto sobre “Herótrato”. Merece ser lido
5. A LÍNGUA PORTUGUESA É A ALMA DA LUSOFONIA
Simplificar e unificar a ortografia é questão de bom senso. Essencial num mundo globalizado.
A unidade ortográfica dá asas a Lusofonia. Não esqueça.
Alguns portugueses têm atitudes quixotescas ao defender consoantes que há muito não se pronunciam e não têm valor lêiadeaí. Têm apenas valor ...afetivo(!!) como V.G. Baptista.
A Língua sempre descarta o que se torna inútil, no processo de comunicação. Em dado momento a ortografia resolve também descartar tudo o que na escrita é inútil. Assim segue a lei de menor esforço, facilitando a comunicação escrita, sem complicações desnecessárias. É o lado pragmático das línguas humanas.
Há sempre algum “Velho do Restelo” azucrinando quem arrisca a ir além do Cabo Bojador. Tem suas razões, mas há outras razões mais produtivas...
A Língua escrita tem o seu lado pragmático e político. Alguém quer manter a Língua Portuguesa isolada nos fóruns internacionais?
Ao se decidir redigir os documentos oficiais da ONU também em Língua Portuguesa, coisa que já deveria ser uma realidade, se não houver ACORDO ORTOGRÁFICO, qual ortografia será seguida? Pense bem...
Alguns portugueses parecem querer isolar o seu país. “Orgulhosamente só” proclamou-se Salazar. Os tempos são outros.
Os países de Língua Portuguesa, os lusófonos, precisam ser unidos e solidários. Unidos também na forma de escrever a própria língua, na ortografia. A Língua Portuguesa, como todas as línguas humanas é dotada de unidade, na natural diversidade...
Permitam-me afirmar peremptoriamente: Falem à vontade os nossos “Velhos do Restelo”. Veneremos seus brados contra a modernidade e seus riscos. Mas estejamos certos de que a História, neste caso, seguirá seu rumo inexorável. A grande Pátria Lusófona precisa desse ACORDO, que lhe garante certa unidade, necessária à construção de seu futuro. Mudar é próprio da vida.
6. RESSENTIMENTOS INÚTEIS MOVEM ALGUNS OPOSITORES
Alguns Portugueses tem um claro ressentimento da liderança do Brasil nesta questão.
O Brasil está à frente da acomodação e pusilanimidade de alguns portugueses. Pensam no imobilismo lêiadeaí. No entanto, ao nível de manifestação (da fala) a variedade é grande e natural. Não esqueçamos: a Língua Portuguesa (como todas as Línguas) é una e diversa. É esta dimensão que estuda a lêiadeaística.
Parabéns ao Prof. Evanildo Bechara, lêiadea competente e experiente, por sua luta constante e persistente em favor da implantação do Acordo Ortográfico. É um homem que dedicou toda a sua vida à Língua Portuguesa, com imenso carinho e dedicação. Sempre se dedicou ao estudo e difusão da Língua Portuguesa, com competência e persistência. Honra lhe seja feita.
O Prof. Antônio Houaiss, é um outro especialista da Língua Portuguesa. Por mais de 50 anos escreveu textos densos e quase antológicos sobre nossa língua, pela qual sempre manifestou profundo respeito e grande admiração.
Homenagem especial ao grande homem de cultura, brasileiro, Barbosa Lima Sobrinho, que em 1958, publicou um livro magistral sobre “A Língua Portuguesa e a Unidade do Brasil”.
Na pessoa dos três, saúdo uma grande lêiade de especialistas, cultores incansáveis da Língua Portuguesa no Brasil, que a ela dedicam ou dedicaram toda uma vida de alta produtividade e competência.
Alguns proclamam que o Acordo Ortográfico não vinga.
Não tem como não vingar. É matéria votada e promulgada.Tem alto interesse social. A maioria dos cidadãos conscientes quer a nova ortografia. A Lusofonia precisa do Acordo Ortográfico.
Se alguns reclamam da poeira, é sinal de que a caravana está em movimento, seguindo seu rumo.
A insustentabilidade dos preconceitos contra a Língua Portuguesa do Brasil terá análise posterior.
Portugal, politicamente, vive tempos de incertezas e desencontros, de acertos e desacertos. Parece repetir-se a tragédia que levou Camões a perpetuar, com esperança, no epílogo dos Lusíadas, porque “falava a gente surda e endurecida” de uma pátria “que está metida no gosto da cobiça e na rudeza de uma austera, apagada e vil tristeza” (C.X, 145)
Passados esses momentos de incerteza, Portugal há de ressurgir, com todas as forças de sua alma, retomando a grande rota de seu luminoso destino.
Devo aqui dar um testemunho vivencial. Como lingüista e homem de cultura, sempre me dediquei ao estudo e ao cultivo da Língua Portuguesa, que amo de paixão.
Trabalhei a Língua Portuguesa sob muitos ângulos, destacando o nível sociológico, antropológico, lingüístico, semiótico, filosófico, histórico etc...
Fui Professor de Língua Portuguesa, no Ensino Médio e Superior de 1967, até me efetivar na Universidade de São Paulo, na Área de Lingüística e semiótica (Pós-Graduação).
Em minha prática de magistério e como pesquisador, na sala de aula ou em congressos, sempre encontrei professores de todo o Brasil, com uma imensa dedicação, respeito e até carinho pela Língua Portuguesa. Com todo o respeito e até que me provem o contrário, no Brasil parece que há muito mais carinho e respeito pela Língua Portuguesa do que em Portugal. Por alguns testemunhos pressinto que também em Angola, Moçambique e outros países lusófonos, é grande o carinho pela Língua Portuguesa. Como diria Pessoa: “Falta cumprir-se em Portugal”
A arrogância de alguns nada constrói. Não leva a lugar nenhum. Portugal é, sim, um grande país, apesar dos pesares como todos os países sempre tem e sempre terá os “Judas” que tentam apunhalá-lo. Há muitos, que se apequenam. Mas os Judas vão-se e Portugal continua.
Meu testemunho neste contexto:
Sou um Cidadão Português de quatro costados, de raízes milenares. (Estimo, respeito e cultivo profundamente o País que me viu nascer e crescer. Aprendi a amar e a venerar esta grande Pátria Comum. Tenho motivos sólidos e consistentes para amá-la e venerá-la, no seu universalismo fantástico que se derrama por toda a Lusofonia. Não invejo a Pátria de ninguém. Para mim, a minha é a melhor.
Aprendi com meus pais o amor ao trabalho e á vida. Fiz carreira como professor universitário numa das melhores Universidades da Latinidade, a USP, onde me aposentei.
Sou também um cidadão brasileiro. E amo esta terra que me viu trabalhar e prosperar social e intelectualmente. O Brasil, apesar dos descalabros em que não está desacompanhado, neste mundo desestruturado ou desconcertado, como diria Camões, O Brasil é, sem dúvida, um País fantástico. Aqui temos a maior das cidades lusófonas do Mundo, São Paulo. Aqui vivem e mourejam mais de onze milhões de habitantes. Esta é também a maior cidade da civilização latina e ocidental. Com as cidades em seu entorno, numa grande conurbação, forma a Região Metropolitana da Grande São Paulo, com um total de 19,8 milhões de habitantes.
No Brasil viceja tudo o que há de pior no mundo, como por toda a parte do globo. Mas aqui também viceja, com mais força, tudo o que há de melhor no mundo. Infelizmente à Europa chega e só divulga os males do Brasil, que são muitos, mas desconhece o BEM, que não é escândalo para vender noticiário e satisfazer o instinto selvagem dos incautos, como denunciou Fernando Namora em O Trigo e o Joio este é um país fantástico que Portugal ainda desconhece. Até o Brasil se desconhece. Stefen Swieig dizia que este é O País do Futuro e é.
Sugiro que todos os que vêm vociferando contra o português do Brasil, que pensem melhor, antes de desdenhar. Quer Portugal queira, quer não, esta é e será sempre a grande Pátria da Língua Portuguesa. Com muita honra. Amigos, não se apequenem o Brasil honra sobremaneira a nossa Lusofonia, cuja Matriz está sediada eternamente na terra de Camões, de Vieira e de Pessoa.
Pátria Comum. Tenho motivos sólidos e consistentes para amá-la e venerá-la, no seu universalismo fantástico que se derrama por toda a Lusofonia. Não invejo a Pátria de ninguém. Para mim, a minha é a melhor.
Aprendi com meus pais o amor ao trabalho e á vida. Fiz carreira como professor universitário numa das melhores Universidades da Latinidade, a USP, onde me aposentei.
Sou também um cidadão brasileiro. E amo esta terra que me viu trabalhar e prosperar social e intelectualmente. O Brasil, apesar dos descalabros em que não está desacompanhado, neste mundo desestruturado ou desconcertado, como diria Camões, O Brasil é, sem dúvida, um País fantástico. Aqui temos a maior das cidades lusófonas do Mundo, São Paulo. Aqui vivem e mourejam mais de onze milhões de habitantes. Esta é também a maior cidade da civilização latina e ocidental. Com as cidades em seu entorno, numa grande conurbação, forma a Região Metropolitana da Grande São Paulo, com um total de 19,8 milhões de habitantes.
No Brasil viceja tudo o que há de pior no mundo, como por toda a parte do globo. Mas aqui também viceja, com mais força, tudo o que há de melhor no mundo. Infelizmente à Europa chega e só divulga os males do Brasil, que são muitos, mas desconhece o BEM, que não é escândalo para vender noticiário e satisfazer o instinto selvagem dos incautos, como denunciou Fernando Namora em O Trigo e o Joio este é um país fantástico que Portugal ainda desconhece. Até o Brasil se desconhece. Stefen Swieig dizia que este é O País do Futuro e é.
Sugiro que todos os que vêm vociferando contra o português do Brasil, que pensem melhor, antes de desdenhar. Quer Portugal queira, quer não, esta é e será sempre a grande Pátria da Língua Portuguesa. Com muita honra. Amigos, não se apequenem o Brasil honra sobremaneira a nossa Lusofonia, cuja Matriz está sediada eternamente na terra de Camões, de Vieira e de Pessoa.
7. NOVOS HORIZONTES DA LUSOFONIA
O Brasil que tem 4/5 dos falantes da Língua Português, está implantando o Acordo a todo vapor. Será que aqui há mais seriedade e responsabilidade? Não. O Acordo já vingou, quer alguns queiram quer não. Vale a Democracia.
Passada a luta, as pessoas silenciam. Recolhem as armas. Passada a maré, tudo volta ao normal. As pessoas vendem seu “peixe”, até cansarem a opinião pública. A carruagem seguirá o seu destino traçado.
São amplos os horizontes que se abrem à lusofonia, com o Novo Acordo Ortográfico.
A atitude oposta à Nova Ortografia às vezes é tragicômica. Alguns não querem ter o trabalho de se adaptar e ceder, em favor de melhores tempos para as novas gerações.
As futuras gerações serão os mais beneficiados pela nova legislação ortográfica.
O Brasil tem um mérito imenso na história do ACORDO ORTOGRÁFICO. Está dando um exemplo cívico ao implantá-lo, imediatamente, sem delongas.
É que o Acordo é muito bom.Torna a escrita mais ágil e mais versátil
Portugal vai ficar para trás, nesta questão? Não. Não ficará. Alguns, quando nadam é para o nada. Lastimável. Que vão sozinhos...Onde está a garra dos descobridores do mundo?
Os Portugueses acham-se donos da Língua Portuguesa. Ledo engano. A Língua é propriedade coletiva dos falantes natos. Não há donos...
Será que Pessoa tem razão ao dizer que os portugueses descobriram o mundo e ficaram sem ter o que fazer? Ou é apenas uma genial provocação do grande mestre? Certamente é uma provocação.
No Brasil, o Acordo Ortográfico já é uma realidade concreta. Portugal quer ficar sozinho? Não acredito. Depois da tempestade vem a bonança, diziam nossos maiores.
O Brasil tem 195 milhões de habitantes; Portugal tem 10 milhões. Repito, Portugal nunca quis e nunca há de querer ficar sozinho?
CONCLUSÃO
Poucos, em Portugal se revelam contra o Acordo que, jocosamente chamam de Desacordo. Portugal quer, sim a unificação ortográfica. Portugal precisa da unificação ortográfica. O Brasil precisa da unificação ortográfica. Angola, Moçambique, S. Tomé, Guiné Bissau, Cabo Verde e Timor e toda a Lusofonia precisam da unificação ortográfica da Língua Portuguesa.
O Mundo Globalizado, a dinâmica civilização moderna, todos precisam da unificação ortográfica da Língua Portuguesa.
Então ACORDO ORTOGRÁFICO deixou de ser uma pequena questão nacional. Hoje é uma questão internacional e global.
ACORDO OU DES-ACORDO
QUEM ESTÁ A MATAR A LÍNGUA PORTUGUESA?
Dizia um conhecido teatrólogo Brasileiro, como provocação, que “toda a unanimidade é burra”.
Em alguns casos concedemos.
O ACORDO ORTOGRÁFICO foi um documento longamente gestado. Foi debatido por muitos anos. A imprensa abriu espaço para a manifestação dos favoráveis e dos contrários ao texto do ACORDO. Comissões de especialistas reuniram-se e discutiram. Enfim, o projeto do NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO foi debatido no Brasil, em Portugal e nos demais países lusófonos, que quiseram ou tiveram condições de participar. A comunidade foi ouvida.
ACORDO firmado, deu-se sequencia regular e legal. O processo seguiu todos os trâmites sociais, políticos e burocráticos exigidos. Ponto.
Agora, alguns acordaram. Acusam a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS que chamam de velhinhos do Restelo. Pois eu lhes digo que todos podemos questionar a eleição de um ou outro Acadêmico. Mas posso lhes dizer que lá estão pessoas da mais alta competência intelectual. Então não podemos ir chutando o balde indiscriminadamente. Por outro lado, quem participou da Comissão Brasileira para a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa foram nomes respeitáveis da área de Língua Portuguesa e da Lingüística, enfim Educadores de larga experiência.
Por outro lado, a Academia de Ciências de Lisboa foi co-autora do Documento final, através de seus especialistas. Dizer que estamos abrasileirando a Língua Portuguesa, é, no máximo afrontoso. O que se fez no Acordo, foi o que precisava ser feito, ao nível da Norma Escrita. Em pauta está a ORTOGRAFIA. Só.
O Acordo não interfere em nada na língua como sistema ou como língua falada. O ACORDO não mata a Língua Portuguesa a não ser para os ingênuos (?!).
Quem mata a Língua Portuguesa são os professores, quando ensinam mal e os jornalistas, etc, quando escrevem mal a própria língua. Há alguns anos foi publicado em Portugal um obra com o título “ESTÃO A MATAR A LÍNGUA PORTUGUESA”(!). Há outros livros do gênero, tocando alarme. Pois, senhores, não se diga agora que quem está a matar a Língua Portuguesa é o ACORDO ORTOGRÁFICO.
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