RECUPERAR A AUTO-CONFIANÇA
DOS POVOS LUSÓFONOS
Lanterna na Proa
J. Jorge Peralta
- Conhecer-se a si mesmo é a lei da vida, da vitalidade e da prosperidade.
- Dizia Sócrates, o filósofo grego:
“Gnosce te ipsum”. “Conhece-te a ti mesmo e dominarás o mundo.”
- “Nunca mais se deve falar na questão de unir a Espanha e Portugal’
Agostinho da Silva
I – CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS
Crise de Crescimento ou Rito de Passagem?
1. Recuperar a Altivez Natural da Nação
O mundo está em crise, com a credibilidade abalada. O pessimismo e a desconfiança mútua vão se propagando. A auto-estima do globo está abalada.
Nos últimos 40 anos, alguns dos países lusófonos têm um precário conceitos de si mesmos. Há um pessimismo deplorável, esgueirando-se, nas circunstâncias mais inesperadas e comprometendo a tomada de decisões. O pessimismo gesta a insegurança e compromete a auto-confiança...
As lutas políticas, a partir da década de 60, levaram a esse estado complacente, às vezes frágil, morno e cinzento. Difundiu-se a cultura de não gostar da nação. Criou-se e cultivou-se um pessimismo corrosivo e desagregador. Jogaram irmão contra irmão. Perdeu-se a alma da nação, para muitos.
Muitos portugueses e brasileiros tendem a se posicionar, desfavoravelmente, a si mesmos e a seu povo e ao seu país. O país é algoz de si mesmo (?!). Uma situação atroz e estranha. Anormal... Alguém manipula, sadicamente, este comportamento. A casa não pode estar dividida contra si mesma... A divisão interna só interessa ao inimigo...
Mas isto são manifestações das crises de crescimento e ajuste à nova situação... Logo passa.
2. Em Portugal, a derrocada insensata da guerra colonial deixou sequelas amargas. É tempo de superá-las. É tempo de esquecer os manipuladores da opinião pública. É preciso observar a quem interessa este estado de coisas. Está na hora de a nação saber a verdade, de sua história recente para superar o trauma...
Temos tantas coisas de que nos orgulhar... Por que nos apequenamos?!
A nação vai sendo traumatizada, aos poucos, artificialmente, em doses programadas... Quem manipula os cordéis?!
Precisamos libertar a nação desse pesadelo, desse absurdo, injusto e injustificável complexo de culpa, que alguém impingiu, em nossa mente.
Temos de vencer esta aridez moral que assola o país.
Precisamos fazer uma grande e bem articulada campanha pela exaltação da Identidade Nacional e pelos nossos valores maiores.
Precisamos navegar de lanterna na proa.
Precisamos incrementar os projetos sérios de cultura e expansão da Língua Portuguesa. Apoiar o GlobiLíngua que é o nosso caminho.
3. Opção entre o Trigo e a Cizânia?!
Reverter o auto-conceito e a auto-estima é questão essencial.
Muitos olham tudo com óculos escuros, sem esperança e sempre com desconfiança de si mesmos. Precisamos vencer o péssimo auto-preconceito que contamina a muitos.
Precisamos vencer a insegurança para assumir as rédeas da nação... e voltar a ser uma nação próspera e altiva.
Dá impressão que o inimigo semeou a cizânia, em nossa seara de trigo, e nos deixou desnorteados, com dificuldade de reagir, psicologicamente manietados... Sem razão.
Às vezes dá ideia das celas de tortura e condicionamento ideológico, subliminar... repetindo palavras de ordem até a exaustão... algumas décadas atrás. Que isto tem a ver com humanismo, democracia ou tirania?...
O nosso país, tanto Portugal, como o Brasil, têm belezas incríveis, quer sejam dádivas da natureza, quer sejam obra do ser humano, através dos tempos. Temos gente de caráter, sábia, competente, dedicada e generosa. Temos muitos feitos gloriosos a apreciar e celebrar.
Poucos países, na história, fizeram tanto por toda a humanidade, como o Português. Por que só olhar as coisas detestáveis, que também existem?
Condição idêntica ocorre, nos demais povos lusófonos, principalmente Angola, Moçambique e Guiné Bissau.
A vida é feita de convergências e de divergências. O que importa são os resultados que a todos beneficiem, com mais prosperidade e bem-estar...
4. Recuperar uma Perspectiva Holística
Muitos acham que tudo o que temos é inferior e então somos “inferiores” e temos de nos submeter. Submissão a quem?! Por quê?! Quem semeou e propagou ideias tão obtusas?!
Temos “complexo” de país “pequenino”.
Depois de alguns traírem os territórios ultramarinos, obedecendo a forças imperialistas inimigas, o país sentiu-se pequeno... Voltamos aos antigos limites.
Mas passamos a fazer parte de nosso mundo, feito de países lusófonos soberanos. Nossas alianças se mantêm, com outras condições, sem subalternos. Este era o rumo esperado.
Somos um país grande em valores imateriais. Temos um patrimônio moral incrível.
Somos resultado de um projeto templário; temos auspiciosa ascendência.
Não conseguimos ver ou perceber que temos muito a ensinar aos outros países e ao mundo. Em muitos campos, temos muito a ensinar e sempre algo a aprender, de igual para igual, sem dependências, nem subserviências.
A guerra colonial, principalmente no seu desfecho, foi traumática?!
Está na hora de olhar tudo com mais amplitude, e olhar para a frente. Nosso povo, os povos lusófonos, precisam de solidariedade, de prosperidade, de paz e estímulo para trabalhar e de saúde, educação e de bem-estar. Desenvolver o progresso, em todas as suas dimensões.
II - RECUPERAR A NOSSA ALTIVEZ
Lusofonia, num Mundo em Crise
5. O País, hoje como sempre, produz muitos cidadãos fortes e sábios. Por que não reagem?!
Temos muito mais do que nos orgulhar, do que condições a lastimar.
Precisamos ver a realidade em amplas perspectivas. Não podemos olhar só a aparência; precisamos observar e considerar a essência, sem complexos inóquos...
Não podemos nos apequenar e nem precisamos.
Temos uma cultura de raiz muito rica. Somos um povo de grande imaginação criativa. O mundo precisa de nós. Precisamos saber olhar a realidade de todos os ângulos essenciais. Precisamos arremessar para longe, as viseiras que alguém tenta nos impor.
Temos que recuperar a soberania moral que vão tentando nos roubar... Precisamos cultivar intensamente e de modo inovador, a Língua Portuguesa.
No entanto, somos nós que não acreditamos, no nosso próprio potencial. E o desperdiçamos. É lastimável!! Mas isso passa, se quisermos... Se tivermos vontade política
Quem semeou, em nós, essa má vontade e negatividade, para com o nosso país?! Precisamos sanar nosso psiquismo e olhar a vida com mais esperança.
Não somos um país pequenino, não. O que é ser um país pequenino?! Os países não se medem aos palmos...
Malquerença ou complexo de inferioridade faz parte de uma fase de crescimento e de mudança que logo será superada. Ao menos é essa expectativa. A vida renova-se e continua, com renovada vitalidade.
6. Gênese Superada de Nossas Inquietações
Em Portugal, em tempos mais recentes, estes vícios nos vêm, com a chamada “Revolução de 25 de Abril”. Aí foram gestados por forças alienígenas ocultas e talvez iníquas... Mas lançam raízes também na desilusão da implantação da República, sem ouvir a nação. Pesaram as ambições e vinganças pessoais e não a vontade do povo. Há outras fontes de amarguras a serem sanadas. Mãos à obra, mas por partes...
No Brasil, vem também da desilusão da implantação da República, sem ouvir a nação e das lutas inglórias, pré e pós 1964 e dos desdobramentos desses acontecimentos. Vem do “saneamento” dos valores dos tempos do Império e dos grandes Bandeirantes, heróis dos sertões e muito mais...
Tanto em Portugal como no Brasil, essa inquietação, desconfiança e descrença passam pela grande virada Ocidental, nos anos 60. São movimentos internacionais a que não soubemos resistir, nem adequar-nos com soberania. Com os benefícios recebemos também malefícios. As consequências estão patentes no país.
Nos demais países lusófonos há ainda um certo trauma da guerra colonial, com o desfecho mais desastroso e atabalhoado. Deixou feridas no povo que precisamos superar para cuidar do futuro que nos espera.
Deixou guerras civis, por toda a parte, com mortes evitáveis. Entregamos o rebanho às onças... e fomos para casa. Havia interessados em faturar nesta situação trágica.
Não podemos ir muito longe quando caminhamos olhando para trás.
Ver também : Uma Geração à Deriva
7. Exorcizar o Complexo de Inferioridade – Lusofonia, Marca Forte
Precisamos acreditar em nós mesmos e acreditar em nosso povo e em seus valores.
Precisamos exorcizar o complexo de inferioridade que nos envolve há alguns anos. Mais precisamente, desde a década de 60/70. Precisamos vencer esse complexo de orfandade(?!) que perpassa pelo país, artificialmente. Não não estamos órfãos. Os governantes não são a nação.
Podemos admirar outros povos, mas não temos porque ter inveja de nenhum. Os outros sim, têm por que ter inveja de nós. E têm. Nós a todos respeitamos...
A Lusofonia é uma marca auspicosa, altiva, audaz e humanista que lhe dá e deu força para realizações incríveis na história: É a Lusitanidade, em ação.
Sobre nossas marcas históricas que muito nos honram e estimulam, leia:
- GlobiLíngua
8. Precisamos recuperar nossa tradicional auto-estima que nos faz muito bem. É saudável e estimulante. É um bálsamo na adversidade. Caminhamos de olhos abertos
Sem auto-estima não há como combater todas as mazelas que nos estão atingindo e afligindo.
Para dominar um povo, nada mais eficiente do que semear nele a falta de auto-confiança. Logo aparecem os “salvadores da pátria” para nos dominar, prometendo o que não podem dar.
São os semeadores de cizânia ... Seguem um princípio eficaz (?!). “Divide e então impera”.
Precisamos recuperar nossa audácia realista e nossa altivez natural, sem arrogâncias vazias. Só a solidariedade, a competência, a dedicação cooperativa nos darão a prosperidade, a justiça, a liberdade, e a paz. Essa foi sempre a nossa lei magna: “Deus ajuda a quem cedo madruga”.
A Lusitanidade prepara-se para ser um dos grandes pólos de desenvolvimento e de prosperidade com solidariedade. Colabore. Faça a sua parte.
Precisamos investir no Projeto GlobiLíngua.
Para saber mais, clique:
GlobiLíngua – Língua Portuguesa - Língua Internacional (clique)
Ver Bibliografia (Portugalidade) no Nova Águia, etiqueta Portugalidade
Nota: Brevemente encaminharei texto de análise serena, mas não menos veemente ao comentário ofensivo do senhor RX a propósito do meu texto “Guerra Aberta Contra a Lusofonia”. Esta questão interessa a todos os lusófonos. Não é e nunca será uma questão pessoal. As salamandras agitam-se no escuro.
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