ATAQUE INUSITADO À LUSOFONIA
Contexto de uma Contenda
A propósito de um ataque ao meu texto “Guerra Aberta Contra a Lusofonia” que contestou o projeto geolíngua.
J. Jorge Peralta
1. No dia 27 de Dezembro postei na Internet, um estudo polêmico, a propósito do ataque ao meu texto com o título: “Guerra Aberta Contra a Lusofonia – Um Novo Cavalo de Tróia”.
O meu estudo debateu uma proposta, intitulada geolíngua de um “empreendedor” brasileiro, o senhor RX, da área de marketing, publicado na “blogosfera”, onde apresenta uma estatística fantasmagórica, que dá suporte a uma verdadeira conspiração contra a lusofonia. É o seu intento: Empacotar a Língua Portuguesa, como produto de mercado, e procurar um campo para vendê-lo. Nunca imaginei tão insólito projeto, tão destemperada ousadia...
Aí ele trata ficção como realidade. Aí ele envolve a Língua Portuguesa e a Lusofonia, em seu delírio, numa falsa e impossível “iberofonia”, que culminaria com a extinção da Língua Portuguesa, que passaria a ser uma hipotética geolíngua, sem nação..., a 2ª língua também em Portugal, porque a 1ª língua de Portugal seria outra...
Para iludir o leitor, começa com grandes elogios à Língua Portuguesa, com dados conhecidos. O elogio é uma armadilha... A finalidade real é ocultada. Vem em outro texto. Segue a artimanha “da raposa, o corvo e o queijo”.
Aprendeu a moral: “O bajulador vive às custas dos que o escutam”
Veja que ele inicia tecendo loas à língua portuguesa (?!!) estranho não é?! Depois ensina como substituí-la (?!) e descartá-la (??!).
2. Segue também a estratégia do mascate, no Brasil do passado: leva presente e elogia a mulher e os filhos, para conquistar as boas graças do marido e vender bem a sua mercadoria...
Numa simples e ingênua penada, resolveria a questão impossível da “Pseudo-União Ibérica” e anexaria Portugal à Espanha, um sonho irresistível de quase 900 anos. Daria à Espanha 700 milhões de espanofalantes (?!!). A glória. Afinal, um produto apetitoso (?!) para o vizinho a leste. Um acinte ético.
Resultado: Dissolveria a Lusofonia. Os oito países lusófonos, em decorrência do projeto, seriam contados como povos espanófonos, incluindo o Brasil. Assim mesmo (!!!) com uma ingenuidade e convicção infantil, assustadora.
Alguém está querendo semear discórdia na Lusofonia...
3. Isto parece uma “piada” de mau gosto, mas até a TAP e o Instituto Cervantes, por algum equívoco, já prometeram apoiá-la. Devem explicações a Portugal. Enfim, um festival de psicopatias, em que parece haver alguém que acredita (?!).
Decidi entrar em campo, pelos apoios que a ideia teve e pela difusão na blogosfera, inclusive no blogue da Embaixada de Portugal, em Brasília. Propus-me dirimir, eventuais equívocos...
Nosso intuito não é atacar ninguém; é apenas defender a Lusofonia, com ideias. Ou simplesmente desmascarar a trama.
Mas, agressões não se tratam a “pão-de-ló”. Respondem-se com o mesmo ímpeto, mas com respeito à pessoa envolvida.
Alguém quer roubar-nos o sol que nos aquece...
Ao meu estudo, em que denunciei a proposta, o senhor RX respondeu com ofensas pessoais e injúrias. ver [Ataque à Lusofonia] (clique).
Não respondeu a um só dos argumentos que propus. Não teve como responder? Pretendo devolver, respeitosamente, todas as pedras que jogou, a mim e à Lusofonia, como veremos.
Não sou revanchista. Também não sou polemista. Sou apenas um pensador e um cidadão. Defendo a liberdade responsável como bem maior.
Fico aguardando uma manifestação clara de quem me injuriou e injuriou a lusofonia: Um pedido de desculpas das injúrias descabidas que nos lançou e que apenas seu caráter mancharam.
4. Quero lembrar que a Lusofonia é, para todos nós, lusófonos, um valor inestimável. Não é uma simples equação estatística, ou de mercado... É algo imponderável como a vida?. É Algo essencial, que é invisível aos olhos e aos monetaristas.
Lusofonia quer ser um espaço de paz e concórdia, nunca um espaço de guerra. Mas se nos fazem guerra, devemos nos defender, com respeito e sem leniências. Omitir-se seria compactuar. Guerra defensiva, mas guerra, até à rendição do “inimigo”!. Ou até um acordo sensato.
A Lusofonia nos reúne, nos acolhe e nos aquece. A Lusofonia tem alma. Não entra em negócios, business. É patrimônio imaterial, inegociável...
É o conjunto de todos os falantes da Língua Portuguesa, espalhados pelos oito países lusófonos, e pelos quatro cantos do mundo, na diáspora, em comunidades menores.
É um respeitável universo de 260 milhões de pessoas. Não se meche impunemente com um patrimônio destas dimensões...
Nossa visão da Lusofonia, em uma de suas vertentes, está na [Carta de Princípios do Pacto Lusófono Mundial – PLM] (clique).
A solidariedade, com a busca da prosperidade, e do bem-estar, no mundo lusófono, fazem parte dos princípios que sustentam os projetos da Lusofonia.
Considero inconcebível e lastimável a atitude do meu interlocutor. A agressão é totalmente falha, em civismo. O mínimo que se espera de adultos é boas maneiras, não confundindo ideias com pessoas. Este é um princípio de civilidade.
Diante das agressões, vi que as contestações precisavam ficar mais esclarecidas. É a isso que me dedico na série de textos: “Potência Lusófona”.
Precisamos olhar e observar, atentamente: a invasão da Espanha a Portugal é uma operação complexa e orquestrada: envolve infiltração no sistema educacional, no afrouxamento? do caráter, na lavagem cerebral por meio das médias e na promessa de dias melhores para os excluídos do banquete (!?) É a estratégia da conspiração....
6. Enfim, parece que vencemos um pouco uma certa letargia que o assunto provocava.
O debate está aberto. Vamos, juntos, discuti-lo.
É questão vital para todos nós, para toda a lusofonia.
Vamos pôr as cartas na mesa. Vamos saber o que se passa. Vamos aonde os traidores querem chegar.
Vamos buscar soluções e abrir caminhos. Não deixemos os caminhos livres, à mercê do inimigo. Vamos nos convencer que o inimigo existe. Que há pessoas traçando planos e estratégias para invadir e anular as nossas defesas. E não são poucas.
Portugal e a Lusofonia é o troféu ou a presa que planejam conquistar. Para isto trabalham intensamente. E nós?! O que fazemos?! Deixaremos nos levar ao “matadouro” como ovelhas indefesas, sem pastor?!
Expectativa: Abrir o Diálogo Nacional e Internacional
Esta questão deve unir, numa só voz, todas as tendências sócio-políticas-culturais e empresariais: os democratas, socialistas, monarquistas, republicanos, professores, advogados, médicos e todos os demais. Este assunto não pode deixar ninguém alheio.
Para além de tendências político-partidárias, somos todos portugueses e lusófonos.
É uma questão suprapartidária.
Somos muitos e a Pátria somos todos nós.
O grande objetivo desta controvérsia é abrir um grande Diálogo Nacional e Internacional sobre a lusofonia, suas vantagens, suas divergências e seus desafios.
[Texto em construção]
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