LUSOFONIA E ESPANOFONIA
Línguas Soberanas – Caminhos Divergentes
Ainda a propósito das agressões publicadas na Internet, contra meu estudo “Guerra Aberta contra a Lusofonia”
J. Jorge Peralta
1. Compartilhando Ideias
Todos escrevemos para nos comunicarmos, para compartilharmos ideias e sentimentos e até posicionamentos, em certas circunstâncias. Enfim, queremos ser úteis.
Escrever pode até ser entretenimento. Mas é sobretudo convivência positiva. É organizar princípios e ideias que possam contribuir para a solidariedade, prosperidade e bem-estar das pessoas e das nações. É reunir-se espiritualmente a todos quantos, pelo mundo a fora, compartilham conhecimentos e se fortalecem mutuamente lutando por um mundo melhor.
Escrever pode ser uma notável prestação de serviço à comunidade e à nação.
É sentir a vida jorrando por nossas palavras e frases.
Não discuto pessoas, discuto ideias. Proponho e/ou discuto teses. Dialogo sem fronteiras.
Como ninguém é dono da verdade, sempre gostamos de ouvir algum comentário que nos faça pensar e até repensar para saber se valeu a pena o esforço de escrever.. Estamos sempre a aprender, até quando ensinamos.
Volto ao assunto, não por causa do contendor, mas porque o caso me dá oportunidade de reafirmar alguns princípios. É um caso paradigmático a ser analisado com critérios.
Efetivamente uma nação é um valor imponderável e imaterial que precisa ser tratado com respeito.
Analiso estas questões do mundo da lusofonia, sob a luz dos Princípios e Diretrizes que regem o Pacto Lusófono Mundial, que tenho a honra de presidir.
2. Agressões no Lugar de Argumentos
Esta reflexões vêm-me à mente, devido a um artigo que escrevi, no final de Dezembro, logo depois do Natal, contestando um projeto, que interpretei como lesivo aos interesses da Lusofonia e à Língua Portuguesa. Lesivo a 260 milhões de lusofalantes. Só isso me chamou a atenção. Ofensivo para todos nós, mas... Mascarado. Até poderia enganar os incautos, como enganou.
Em vez de contestar os meus argumentos, o autor saiu agredindo, desvairado, sem argumentos... Decididamente, não foi uma atitude muito digna...
As pretensões do referido projeto “geolíngua”(?!) ficam claríssimas, em outros documentos complementares, do mesmo proponente.
É assustador o atrevimento a que alguém consegue chegar... Adentrando e invadindo, com agressivo desembaraço, o espaço alheio. Mexeu em algo que não conhece.
Não se agride um patrimônio de quase 900 anos, garantido por lutas sangrentas e um intenso espírito cívico do povo. Seria o mesmo que desenjaular a fera da violência, ou tirar a tampa da ânfora de Pandora... e dar adeus à paz.
Esperava uma resposta lúcida, do autor do projeto, á minha contestação. No entanto, sabia que uma resposta argumentativa seria difícil. Tudo para mim parecia muito claro. Não tinha dúvidas. É questão de lógica e de estratégia...
A reação chegou, em atitude impensável e desrespeitosa.
Em vez de uma resposta cordata, com argumentos de razão e fatos, veio uma inesperada catadupa de agressões pessoais. Foi a única saída do contendor, pela falta de argumentos, para responder, suas propostas?!
Ideias se rebatem com ideias, quando estas existem. Ou aceitam-se
3. Em princípio achei que não deveria retrucar? O autor tinha ido além do razoável. Despojou-se de qualquer verniz de civilidade e cavalheirismo. Talvez não merecesse resposta.
Termos anti-sociais que usou o senhor RM: “Mentira”, “doentia”, “monte de asneiras”, “psicopatias”, “pessoas doentes que manipulam”, “deturpar”, “falsear”, “retórica barata”... etc. Ao agredir, a pessoa se desqualifica. Fecha o diálogo indesejado(?!) Talvez!
Rejeito, mas entendo o descontrole do meu interlocutor.
Discurso de ressentidos não se respondem de imediato. Foi o que fiz.
Meus argumentos simplesmente não tiveram resposta. Caiu a máscara. O autor só podia atacar, pois não dava para defender sua proposta, sem confirmar suas intenções. Fez o discurso da falência e da rendição assustada.
Leia os textos citados:
a) Comentário que o autor da proposta impugnada fez ao meu texto, [Ataque à Lusofonia] , no seguinte endereço eletrônico:
b) Projeto geolíngua, do senhor RM: Fundação geolíngua. (Diversos textos) em:
c) Denúncias das propostas: “Guerra Aberta contra Lusofonia”
e “Lusofonia, o Diálogo Necessário”
4. Ruína de um Castelo de Areia
Para que meu raciocínio fique mais claro, volto à carga, aprofundando alguns tópicos.
Após alguns arrazoados, a seguir, em próximo estudo, cotejo as agressões do autor do “projeto geolingua” e devolvo-as, encaixando-as onde cabem, em suas insustentáveis e quase ingênuas (?!) tentativas de solapar a Lusofonia. Ver: A Grande Mentira (clique).
Parece-me que foi um trágico insucesso o projeto daquele homem. Uma luta inglória; uma rendição humilhante. Não tem como prosperar, com esta balela. É minha opinião...
Em outro texto, faço uma Reconvenção em Defesa da Lusofonia, no sistema bate-volta. Pelas próprias agressões do autor, mostro as suas inconsistências, absurdos, a inviabilidade, inexequibilidade e inoportunidade de seu falhado projeto. Além de tudo é uma proposta abusiva.Fala do que não conhece e nem lhe compete. Ninguém pode vender o que não lhe pertence.
O senhor RM não precisa ficar magoado comigo. Se ficar é opção dele. Seu projeto não teria, nunca, condições de prosperar. Se não fosse neste momento, logo mais alguém impugnaria suas estultas pretensões...
Ninguém consegue enganar a todos, por todo o tempo... A verdade é como o azeite: sempre boiará, em cima da água.
5. Contas Mirabolantes de um Marqueteiro
Analisamos agora as “provas” estatísticas do projeto em pauta, que contestamos:
É pura ingenuidade alguém, numa só tacada infeliz, querer:
- castrar a Língua Portuguesa, um patrimônio de quase 900 anos de história;
- inviabilizar a Lusofonia, um potencial de 260 milhões de falantes;
- e ainda anexar os lusófonos aos espanófonos(?!), mascarados da fictícia iberofonia.
Enfim redundaria na extinção da Língua Portuguesa e da Lusofonia. É pouco?!!
É ambição sádica e desmedida. Poucas pessoas seriam capazes de tantas “asneiras”*...
Ficaria criado, de uma penada, um mercado espanófono de 700 milhões de pessoas.
É o que promete (!!!).
Isto já parece matemática de mentecapto...
Um raciocínio efetivamente infeliz. É utopia barata, senão torpe e falsa.
Como alguém quer dar o que não é seu e até já faz a conta para aguçar a ganância?
É vício de marqueteiro?!
Meu caro, a Língua Portuguesa não é uma órfã abandonada!
Por outro lado, precisa ser esclarecido outro engodo:
Não existem 700 milhões de iberófonos. É mentira. Nau existe uma só.
O que existe é:
260 milhões de falantes de Língua Portuguesa-Lusófonos;
420 milhões de falantes de língua espanhola - Espanófonos;
510 milhões de falantes da língua inglesa-Anglófonos;
130 milhões de falantes do francês – Francófonos;
60 milhões de falantes do italiano – Italianófonos.
Uma sugestão: Por que não promete anexar o inglês ao castelhano?
Seria uma conta maior. Seria uma conta imbatível no Ocidente: Quase um milhão (!!!) Se é para transgredir direitos, seja mais ousado... Mas cuidado com o refluxo de sua ousadia!
Se tentasse tocar na soberania do inglês e morasse em Londres, a esta hora já estaria sendo processado pela Justiça, na Suprema Corte, por Crime de lesa-pátria e por ameaça grave à soberania da Inglaterra. E Portugal?! O que pretende fazer?!
6. Respeito Essencial à Diversidade
Lusofonia é Lusofonia. Espanofonia é Espanofonia. Seguem caminhos paralelos. Não opostos.
Não há como misturar. Parcerias, talvez.
Por que não nos deixam conviver harmoniosamente, cada um com sua identidade?!
São dois conjuntos que não podemos misturar. Nenhuma tirania teria resultado. Nem por violência. União forçada é estupro. Na manha, na mão leve?! Nem por brincadeira.
7. Monolinguísmo Natural dos Lusófonos
Há ainda um outro raciocínio falacioso, na proposta indigitada:
Atesta que os falantes da Língua Portuguesa falam e entendem também a Língua Espanhola, portanto somos(?!) espanofalantes (?!)
Diz que somos naturalmente bilíngues. Que descoberta esdrúxula!!
Mentira. Somos naturalmente apena monolíngues.
Há sim uma grande afinidade com a língua galega. Com a espanhola, não. É fantasia.
Podemos aprender o castelhano, como podemos aprender facilmente qualquer outra língua. A língua portuguesa é hábil para conviver solidariamente. É a índole do povo. Mas não nos provoque!
Na América do Sul, são os povos espanófonos que falam a língua portuguesa, na fronteira, e não o inverso. Serão aproximadamente 600.000 falantes/ lusófonos.
Há estudos sérios sobre isto, que o senhor RM não pode desconhecer.
A bem da verdade, na Ibéria, até o galego tem dificuldade em entender o castelhano. Mas entende e aprende com facilidade o português. Não confunda o galego com castelhano.
A Lusofonia jamais admitiria ser confundida com a Espanofonia. A Espanofonia também nunca quereria ser confundida com a Lusofonia. Respeite-se a individualidade e as especificidades de cada uma.
8. Fraternidade Luso-Galega
A única união viável, na Ibéria, seria da Língua Galega, com a Língua Portuguesa, por serem irmãs e não primas. A Língua Galega está no espaço da Lusofonia... Nasceram de idêntico substrato. O Espanhol não. Por outras palavras: o Galego tem dificuldade em entender e em falar espanhol; mas tem facilidade em entender e em falar o português. Respeite-se a liberdade de cada um. Valorizar o que é seu, a seu modo.
Respeitemo-nos uns aos outros, cada um como é.
Querer enriquecer-se, assaltando o vizinho, é coisa de bandido.
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