sábado, 11 de junho de 2011

Contenda Insólita


III
CONTENDA INSÓLITA ENTRE LINGUÍSTAS E PROFESSORES

8. Uma Intromissão Inoportuna
Tenho deparado com textos eivados de ataques zombeteiros à unidade
da Língua Portuguesa, à gramática normativa. Na prática, propõe criar guetos linguísticos, na sociedade brasileira, com grupos confinados, pela língua em conflito. Algo que nunca existiu no país.
Somos uma Sociedade Democrática, não uma Sociedade de Castas. Querem transplantar para cá a desordem que se vive alhures.  Diria que são propostas desordeiras.
Hoje  a mais difícil barreira, entre os  povos, são as línguas. Como não temos essa barreira, alguns querem inventá-la. A Língua reforça  a unidade Nacional.
Além disto, a Língua Portuguesa é Língua Oficial em 8 Nações.
Os autores desta linha de pensamento assumem posição oposta ao processo de socialização global, entre todos os cidadãos brasileiros, sem barreiras linguísticas ou sociais, que também é missão da escola. Confunde o sistema linguístico com a norma e com a fala, cujos parâmetros  parece desconhecer.
Os títulos de alguém não o credenciam para se arrogar um saber que não possui. Ser docente da USP, da UNB ou da UNICAMP não confere imunidade ou infalibilidade em questões de ensino e pesquisa. Há sempre uma dimensão de tentativa e erro, às vezes contaminada por condicionamentos ideológicos que se sobrepõem à ciência e até à razão.
Antes de se intrometerem com o ensino de Língua Materna, os autores deveriam refletir na missão e objetivos da escola como  um todo e de cada um dos níveis e contextos , para pensarem na eventual reformulação do processo ensino-aprendizagem.

9. Argumentos Obscurantistas, Pedantes e Predadores
Alguns, não conseguem ter uma visão holística da Missão da escola. Mas também não sabem os limites entre os linguistas e os professores da língua materna. Por isso os linguistas arrogam-se o direito de se sobreporem aos professores de língua materna. Tremendo equívoco. Só pode levar ao caos. Ninguém pode se imiscuir na seara alheia, como mandatário, ou com uma autoridade que não possui.
Apesar de os textos em pauta terem alguns raciocínios válidos, no todo, trata-se de uma série de arrazoados obscurantistas, pedantes e predadores da Língua, alguém que tropeça nas próprias pernas.
No entanto é sabido que a língua é o maior tesouro de uma comunidade, como objeto de autoestima e de promoção social. É também o meio mais eficaz de pensamento e de comunicação.
As pessoas precisam estudar mais e vivenciar mais, antes de se proporem como tutores (?) de questões tão sérias. Precisam descartar os andaimes de seu pensamento e libertarem as ideias preconcebidas e preconceituosas. Não queiram piorar o que já está ruim.
Todos devemos ajudar a Educação Nacional se pudermos. Perturbá-la, nunca. A Educação Nacional já está em crise. Ninguém venha piorar a situação. Quem não souber ajudar, ao menos não perturbe. Se soubermos criticar, façamos críticas sensatas e construtivas.

10. Um Equívoco dos Linguistas a Superar
Alguns autores defendem a competência superior (?!) dos “linguistas” para estabelecerem normas ao ensino da Língua materna (??!) e criticam severamente a opinião de outros especialistas de outras áreas, como se a língua materna fosse apenas uma questão de linguística descritiva... É um estranho equívoco. É uma arrogância infantil de adolescente. E ainda há pessoas que dão espaço a essa gente! Até o MEC!
 Alguns julgam-se  no direito de  desdenhar  de quem pensa  diferente... É pena. Pior quando as pessoas se armam, em “patrulhas ideológicas...” e fazem ataques orquestradas.
Algumas pessoas  pensam que podem reformar ou recriar o mundo, com suas ideias apressadas e mirabolantes de “adolescentes” nas lidas científicas. Não percebendo a complexidade da vida, não sabem respeitar a obra de muitos sábios, que se fez e se consolidou com a contribuição de grandes estudiosos. É assim que algumas  empresas vão à falência sem se dar conta de que não há efeito sem causa.

11. A Língua Materna é o veículo de comunicação  e de pensamento das pessoas. Não é campo de experiências para aventureiros, sedentos de pseudo notoriedade. Como Heróstrato, são capazes de tudo...
No entanto,  a Educação está sim,  precisando de  pessoas que ajudem  a superar alguns de seus gargalos.
Essas pessoas penso  que poderiam  ajudar  muito, mas de outro modo, sem preconceitos e  com mais respeito e sem presunção de que têm o monopólio do que quer que seja. Não temos direito a descartar ninguém. Precisamos  saber somar e não dividir. Aqui não há lugar  para feudos...

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