sábado, 11 de junho de 2011

definindo competência



IV
DEFININDO COMPETÊNCIA

12. A Língua Nacional Interessa a Todos
 Recentemente chegou-me às mãos um texto que mais parece o “samba do crioulo doido”, de tão incoerente e frágil como se apresenta. Parece guerrilha de “caras pintadas”, manipulados por interesses escusos...de políticas ou de políticos enfurecidos... Assunte é o Ensino da Língua Materna, na linha que analisamos. Critica os especialistas de outras áreas que interferem nas opiniões dos linguistas.

Apesar do deslumbramento de alguns pela linguística, cujos objetivos e limites parecem não ter ainda entendido muito bem, sinto dizer que, no caso em pauta, os não linguistas, (alguns), a que ele se refere, e de que desdenha e que discrimina, talvez saibam muito mais o que estão falando do que ele. Isto em nada prejudica ou diminui a importância da Linguística em nosso tempo.

Efetivamente, nós, linguistas, não temos e nem pretendemos ter o monopólio da ciência da linguagem humana, até porque esta tem razões que a própria razão desconhece. Todas as ciências têm seus limites de objeto e de metodologias. Todos os pesquisadores têm limitações que lhes proíbem a arrogância insustentável.
É traumático quando exorbitamos nas nossas competências.
É acabrunhante ver um “linguista” resmungar porque é perseguido ou discriminado por gramáticos, jornalistas e outros “otários”?! É falta de profissionalismo e de visão plural da sociedade. Não é por este caminho que se resolvem traumas. Fazer-se de vítima é no mínimo insólito.

13. O Diploma da Imunidade ao Professor
 “Linguista” que desconhece o capítulo “Sistema, Norma e Fala”, “os Níveis e Registros” ou outros temas correlatos, tem grave falha em sua formação científica.
O Linguista não tem direito de sair por aí esbanjando pseudo-autoridade, baseado num dogmatismo tacanho e atraindo o desdém de pessoas de outras áreas, capazes de  desmascará-los. A linguística não pode  estar na mão de imaturos. Ter na estante a Ilíada, de Homero, não significa conhecer a grande epopeia.
Ser Doutor, Mestre ou Licenciado em Linguística não dá imunidade ao profissional, em caso de erro ou desvio de atribuições. Nem lhe atribui direito de se sentir superior ao dar opiniões insustentáveis, duvidosas, arriscadas ou preconceituosas. Respeitemos  sempre a opinião de quem quer que seja e contestemo-la com a razão e não com a emoção, se discordarmos. Foi-se o tempo das vaquinhas de presépio.
A guerrilha entre linguistas, comunicólogos, professores e os pedagogos é algo ridículo. Cada um precisa se conter em seus limites, sem dogmatismos, sem atitudes  imaturas e indignas.
Saibamos que as ciências humanas têm limites interseccionados. Sejamos solidários nas nossas limitações e precariedades. Os absolutistas, aqui, dão-se mal.

14. A Missão de Cada Um
Nossa missão não é fazer currículo ou conquistar títulos acadêmicos ou espaços políticos, para este ou aquele partido ou governo. Nossa missão é observar o mundo real, em toda a sua complexidade e  construir soluções, a médio e a longo prazo, que ajudem a  criar  um mundo solidário, próspero e justo.
É contribuir para a formação de pessoas mais lúcidas, mais conscientes, mais competentes e mais solidárias.
Na escola, devemos cooperar para que cada aluno possa  desenvolver  seu potencial natural e seus talentos.
Todas as atitudes que somem são benvinda. Todas as que perturbam deverão ser rejeitadas, venham de onde vierem. Mas o diálogo está sempre em aberto.
Ensinar a Língua Materna, no nosso caso, a Língua Portuguesa, é competência específica do professor licenciado, a Didática faz parte da Licenciatura. Eventualmente o Pedagogo pode ajudar a definir os conteúdos a ensinar, nas diversas fases da Aprendizagem.
O Linguista não tem competência para atuar no Ensino Básico, a não ser como professor se tiver a licença correspondente à Disciplina.

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